Fato: chá de coca diminui a azia. Pelo menos a minha.
Num país onde quase todas as comidas levam ají ou locoto, tipos de pimentas, prevenir-se ou remediar-se da queimação é fundamental.
Comecei há um tempo, todas as noites, tomar uma xícara de chá de coca. O negócio funciona mesmo. No começo, é aquele gosto de capim. Mas nada que uma colher de açúcar e o hábito não resolvam.
Aliás, pelo jeito a coca serve pra tudo. É boa para o estômago, fígado, vesícula, é analgésica, afina o sangue, é diurética, engana a fome e atenua o sorojchi, como é chamado aqui o mal de altura. (Dizem que o altiplano boliviano é tão alto que até os condores têm sorojchi)
Não à toa o uso da coca é milenar na região. No museu de arqueologia de La Paz, há estátuas, de épocas pré-incas, que representam pessoas com uma saliência na bochecha, o que indica que estão mascando coca.
Na Bolívia, esse hábito é bastante disseminado. Os "mascadores" enfiam quantidades imensas de coca na boca, e conforme as folhas se diluem na boca, vão colocando mais. O gosto é amarguíssimo, mas depois de um tempo fica uma sensação boa de amortecimento na língua.
E os EUA querem erradicar seu cultivo, sob o pretexto da “guerra” contra o narcotráfico. Primeiro, deveriam erradicar seus laboratórios, empresários, bancos etc, que participam da cadeia de produção da cocaína, e tratar seus milhões de consumidores.
Ah, e quem se interessou pelos poderes do chá de coca, em São Paulo dá para comprá-lo na praça Kantuta, atrás da Portuguesa, onde rola todos os domingos uma feira boliviana (aqui descobri que kantuta é uma flor, símbolo nacional).
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
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