domingo, 10 de fevereiro de 2008

Gota de Agua

Foram quatro meses de espera, mas valeu a pena. Ontem (sábado pós-carnaval), conheci, enfim, um dos bares mais recomendados pelos paceños aos que querem viver uma noite genuinamente boliviana.

Na verdade, são dois, com nomes parecidos. O Ojo de Agua, o mais antigo, e o Gota de Agua. Ambos ficam no centro de La Paz e estão a cerca de um quarteirão de distância. Subindo a Sagárnaga, chegando na Illampu, resolvemos (eu, Marcelo, amigo brasileiro hospedado em casa, e Gonzalo, amigo boliviano do Marcelo) virar à direita e entrar no Gota de Agua.

O lugar é bem aconchegante e, o que é melhor, destino de raríssimos gringos (ou seja, nada típico dali é forçado). Junto com a cerveja, os garçons trazem à mesa um pratinho cheio de folha de coca para os clientes mascarem.

Nas paredes, máscaras folclóricas e whipalas, (bandeira sagrada para os indígenas bolivianos). No fundo da casa, um DJ mostra um repertório latino – principalmente boliviano. Cerca de meia hora depois, sobe ao “palco” o grupo Norte Potosí, com seus trajes típicos e sua música andina. Não demora muito, os casais tomam coragem e começam a dançar.

No intervalo, a música volta a cargo do DJ. Chega a hora de conhecer mais um ritmo. Dessa vez é a Cueca Paceña (pelamordedeus, não se deve pronunciar com o “e” aberto).

Na “pista de dança”, começam a chegar casais e seus respectivos lenços brancos. A idéia é que, acompanhando a música, o homem tente seduzir a mulher: ele agitando o lenço e a perseguindo, ela se esquivando... A quantidade de pessoas que se animou a dançar mostra a popularidade da cueca entre os paceños.

Nesse meio tempo, experimentamos uma das bebidas nacionais da Bolívia, o singani, aguardente de uva, misturado com suco de laranja.

Tudo isso – o show e as bebidas – por 20 bolivianos, o que dá uns R$ 6.

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