terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Do carnaval boliviano – parte I (A terceira Guerra da Água)




Em 2000, na cidade de Cochabamba, a população decidiu rebelar-se contra a privatização dos serviços de água e passou a realizar marchas e bloqueios até expulsar a transnacional estadunidense Bechtel da cidade, não sem muita repressão por parte da polícia. Entre os líderes da revolta, estava Evo Morales.

Em 2005, em El Alto, cidade vizinha à La Paz e famosa por sua capacidade de mobilização social e pela enorme população indígena aymara que possui, repetiu a dose e pôs para correr a francesa Suez.

Os dois episódios ficaram conhecidos como Guerra da Água.

Mas, no sentido literal do termo, guerra da água é o que acontece nos quatro dias de carnaval na Bolívia. Nas praças, nas ruas, nos desfiles, em todo lugar, crianças, adolescentes, jovens e até adultos, munidos de seus sprays de espuma, bexigas e fuzis de água, armam verdadeiros campos de batalhas onde ninguém escapa de ser molhado, muitos menos os que não têm a mínima vontade de participar da brincadeira, o que, obviamente, é o meu caso.

Andar pelas ruas, sossegado, é bastante arriscado, principalmente se você tem cara de gringo, o que, obviamente, é o meu caso. De um carro em movimento, da janela de uma casa, do outro lado da avenida, quando você menos espera, uma bexiga d’água pode te atingir em cheio. O que, obviamente, foi o meu caso.

Nas fotos, imagens da rebelião em Cochabamba.

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