El Alto está descendo! As classes média e alta se apavoram. A imprensa aterroriza. El Alto está descendo! Não foi a primeira vez. Tampouco foi a última.
Acho que nunca tinha visto uma manifestação tão impressionante. 50, 60, 70, 80 mil pessoas? Não dá pra dizer, mas era muita gente. Descendo de El Alto, a 4.100 metros de altitude, para La Paz, a 3.600.
Pararam o trânsito, pararam a cidade. Desceram em fila, super organizados, divididos por distritos, por associações etc. Levando faixas, cartazes, bandeiras bolivianas e a whipala. A maioria vestindo ponchos, polleras, chapéus-coco. Aguayos nas costas, alguns com crianças dentro.
Até a Embaixada dos EUA, para protestar contra o asilo político dado ao ex-Ministro da Defesa, acusado de ser um dos responsáveis pela morte de mais de 60 pessoas na Guerra do Gás.
Acostumado a manifestações no Brasil, sempre me causa uma certa estranheza as mobilizações na Bolívia. Lá, sempre uma imensa maioria de estudantes de classe média. Aqui, a classe baixa. Indígena. Trabalhadora.
Mas, mesmo aqui, ainda não tinha visto nada dessa magnitude. Não parava de chegar gente. Queriam entrar na Embaixada. Expulsar o embaixador. Estavam emputados.
Não se brinca com El Alto. Morreram dezenas. Centenas ficaram feridos, mutilados. Mas quem ganhou a Guerra do Gás foram eles.
Mas a infâmia da repressão do Estado vai permanecer para sempre. Vai ficar na memória coletiva dos alteños permanentemente, mais ou menos como a perda do mar está na mente de todos os bolivianos.
El Alto não vai descansar enquanto os responsáveis pela morte de seus pais, filhos, maridos, esposas, irmãos e amigos não responderem pelo que fizeram.
Não se brinca com El Alto.
Acho que nunca tinha visto uma manifestação tão impressionante. 50, 60, 70, 80 mil pessoas? Não dá pra dizer, mas era muita gente. Descendo de El Alto, a 4.100 metros de altitude, para La Paz, a 3.600.
Pararam o trânsito, pararam a cidade. Desceram em fila, super organizados, divididos por distritos, por associações etc. Levando faixas, cartazes, bandeiras bolivianas e a whipala. A maioria vestindo ponchos, polleras, chapéus-coco. Aguayos nas costas, alguns com crianças dentro.
Até a Embaixada dos EUA, para protestar contra o asilo político dado ao ex-Ministro da Defesa, acusado de ser um dos responsáveis pela morte de mais de 60 pessoas na Guerra do Gás.
Acostumado a manifestações no Brasil, sempre me causa uma certa estranheza as mobilizações na Bolívia. Lá, sempre uma imensa maioria de estudantes de classe média. Aqui, a classe baixa. Indígena. Trabalhadora.
Mas, mesmo aqui, ainda não tinha visto nada dessa magnitude. Não parava de chegar gente. Queriam entrar na Embaixada. Expulsar o embaixador. Estavam emputados.
Não se brinca com El Alto. Morreram dezenas. Centenas ficaram feridos, mutilados. Mas quem ganhou a Guerra do Gás foram eles.
Mas a infâmia da repressão do Estado vai permanecer para sempre. Vai ficar na memória coletiva dos alteños permanentemente, mais ou menos como a perda do mar está na mente de todos os bolivianos.
El Alto não vai descansar enquanto os responsáveis pela morte de seus pais, filhos, maridos, esposas, irmãos e amigos não responderem pelo que fizeram.
Não se brinca com El Alto.
ps: fotos de Sue Iamamoto
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