segunda-feira, 12 de maio de 2008

Fim-de-semana de cultura e paixão bolivianas

Seis contos nacionais adaptados para uma peça de teatro, em formato de esquetes. Em uma delas, um homem conta sua história de profissões inusitadas (em uma delas, ele ganhava para rir nos shows de comédia) e a relação com sua esposa.

A segunda é o caso de um jovem de uma comunidade rural da Bolívia que vai para o Exército, e "esquece" suas origens. Na próxima, uma mineradora explica a dura vida dela e a de seu marido, também minerador.

A quarta e a quinta esquetes são a la Nelson Rodrigues, lembrando bastante os episódios da "Vida como ela é". Uma é a de um pai confessando observar todos os dias a filha fazendo sexo com diferentes rapazes, e a outra é de um jovem contando os podres de seu pai no dia de sua morte.

Na última, a melhor, mais engraçada e mais triste delas, um homem fala sobre a angústia e o medo dele em falar em público, e como isso arruinou sua vida.

"Amores que matan", uma bela peça boliviana.

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Já domingão foi a vez de uma arte mais mundana, mas igualmente bela. Futebol, claro. Rumo ao Hernando Siles de novo, o estádio que a Fifa quer vetar, para assistir outro jogo do Bolívar, e, quem sabe, ver uma vitória.

Nas duas vezes anteriores, dois empates de 2 a 2, contra o The Strongest e o Real Potosí. Dessa vez, era de novo contra o arqui-rival The Strongest, pelo returno do campeonato boliviano. E, de novo, as duas torcidas chegando juntas ao estádio e sentando juntas lá dentro.

Agora, já sem medo do clássico, eu tava com meus apetrechos bolivaristas: um boné e um cachecol. Foi um jogo sensacional. Ouso dizer que o mais emocionante que eu vi (no estádio ou pela TV) em muito tempo.

Mas as coisas começaram bem mal... com um gol do The Strongest logo a dois ou três minutos de jogo. Depois disso, foi um festival de gols inacreditavelmente perdidos dos dois lados, até que, no começo do segundo tempo, 2 a 0. Bem, paciência, pensei, fica pra outro dia.

Já torço pro Bolívar a ponto de me incomodar com os sarros da torcida adversária. E óbvio que era isso que estava acontecendo no estádio. Como se não bastasse, começou a cair uma chuva fina, mas bem fria.

Eis que, aos 41 minutos, o Bolívar diminui numa cobrança de pênalti. A torcida se anima, o time também, e, aos 43, empata o jogo, num golaço. O estádio ficou uma loucura, mais ou menos como a comemoração de um título. Nem parecia que metade dele era ocupado por não-bolivaristas.

Fui pra casa outra vez sem vitória, mas mais do que satisfeito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Botero, novamente?
bessos