Sempre torci contra o Senna. Não chorei quando ele morreu (claro que não fiquei feliz).
Jogo do Brasil, pra mim, não é "teste pra cardíaco".
Não acho que o Palmeiras, o São Paulo, o Flamengo ou o Cruzeiro (ou qualquer outro time) sejam "o Brasil na Libertadores".
A escolha da Copa-2014 no Brasil e das Olimpíadas-2016 no Rio não me levaram às nuvens.
Nunca fiquei com raiva dos "maldosos", "catimbeiros", "desonestos" jogadores argentinos e uruguaios.
Adoro o Maradona (considero o Pelé melhor futebolista, embora, como ser humano, seja mil vezes pior).
Portanto, gostei, sim, que a Argentina não ficou de fora da Copa da África do Sul.
Primeiro, porque gosto da Argentina, e dos argentinos (que adoram os brasileiros e o futebol brasileiro). Segundo, porque Copa sem Argentina não tem a menor graça.
Acho saudável a rivalidade no esporte, desde que esta seja saudável. É divertido, desperta paixões, traz emoções etc etc. Mas nada saudável é a rivalidade Brasil x Argentina incentivada pela mídia brasileira, especialmente a Globo e o Galvão Bueno.
Na voz do locutor global, um ufanismo babaca (desculpem o pleonasmo) que chama de heróis nacionais arrivistas como o Senna mistura-se à demonização do "inimigo". Nos jogos contra a Argentina, os adversários sempre são violentos, tinhosos, malandros. Os brasileiros, estes, sim, que apenas tentam jogar bola e "não podem cair na armadilha" dos oponentes.
Quando um argentino simula um pênalti, faz uma cera, não presta. Mas, quando o Rivaldo simula uma bolada na cara, como fez na Copa de 2002, ou o Nilton Santos dá aqueles famosos dois passos pra fora na área, na Copa de 62, pro juiz não marcar pênalti pra Espanha, nossos atletas são marotos, malandros (agora, no bom sentido).
Mas o problema mesmo é que essa demonização dos jogadores argentinos extrapola os limites do futebol. Hoje, para o brasileiro em geral, nenhum argentino presta. Preconceito que não se sustenta a partir do minuto que alguém pisa na Argentina (a não ser o daqueles que estão predispostos a não mudarem de opinião).
Tirando um ou outro taxista mal-educado (convenhamos, isso existe em todo o mundo), todos tratam os brasileiros maravilhosamente bem. Conversam, fazem perguntas, oferecem ajuda. Elogiam até nosso futebol.
Os argentinos são cultos, politizados, passionais. Um puta povo. Assim como o brasileiro. Cada um com suas características. Que tal deixar a rivalidade pro futebol?
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
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