Não é difícil. Por exemplo:
Em uma matéria da Folha Online do dia 1º/12, sobre os planos do Obama de mandar mais soldados para o Afeganistão, tem um parágrafo, a certa altura, que diz:
Com o reforço, os soldados dos EUA no país devem passar de 100 mil. O principal objetivo das novas tropas será combater a ação da milícia radical Taleban e garantir a segurança da população em regiões consideradas mais instáveis, como o sul e o leste.
O parágrafo não está entre aspas, nem há um "segundo Obama, o principal objetivo...". Ou seja, a afirmação é do redator da notícia. Então, ficamos assim: o que os EUA querem no Afeganistão é nobre, afinal, quem condenaria aquele que luta contra o terrorismo e garante a segurança da população que habita regiões instáveis?
Parece frescura, preciosismo, mas não é. Palavras, qualquer palavra, importam, e muito. Têm força para fazer grandes estragos. Uma afirmação (mentirosa) dessas repetida exaustivamente por toda a mídia ocidental (simplesmente porque a notícia em questão veio das poucas agências internacionais existentes no mundo, cujas "verdades" são distribuídas pela imensa maioria da imprensa) se torna a mais pura verdade. Simples.
É o mesmo caso do que acontece com as notícias sobre as favelas brasileiras. "Jornalistas" publicam a versão oficial e pronto: a polícia, em "confronto" com "traficantes", matou tantos "bandidos".
Enquanto isso, milhares de jovens pobres e negros são executados todos os anos pelo Estado, com a conivência criminosa da mídia e o apoio de grande parte da sociedade.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
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